segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

2 de Dezembro: Dia Nacional do Samba, por Nicolau de Souza


O Brasil é conhecido internacionalmente pelo samba, um estilo musical e de dança típico do país. O Carnaval é a festividade em que o samba se torna ainda mais popular, virando o ritmo oficial da festa. O Dia Nacional do Samba, ou simplesmente Dia do Samba, é comemorado dia 2 de Dezembro, nesta terça-feira.

"Na década de 1930, organizados por Paulo da Portela, sambistas de Madureira e Oswaldo Cruz, subúrbios do Rio de Janeiro, após um dia de trabalho, voltavam para Oswaldo Cruz no trem das 18h5min. Num desses vagões, organizavam reuniões e discutiam a organização do carnaval, sempre com muito samba. No ano de 1995 outro compositor, Marquinhos de Oswaldo Cruz, reorganizou o "Pagode do Trem", fazendo com que o evento entrasse para o calendário turístico da cidade do Rio de Janeiro, sendo apresentado no dia 2 de dezembro, "Dia Nacional do Samba"." , conforme nos relata o Dicionário Cravo Albim da Música Popular Brasileira.

Origem do Dia do Samba

Remexendo o site da Academia do Samba, encontro o registro de um artigo de Paulo Eduardo Neves que afirma "De acordo com a lenda popular, o Dia do Samba foi criado em homenagem ao sambista Ary Barroso, compositor da música "Na Baixa do Sapateiro", uma ode à Salvador, capital da Bahia. O vereador baiano Luís Monteiro da Costa foi quem instituiu a data, marcando o dia em que Ary Barroso visitou a Bahia pela primeira vez, em 1940. Curiosamente, antes deste acontecimento ele já havia escrito a canção "Na Baixa do Sapateiro", que em seus versos eternizou a Bahia como a “terra da felicidade. Desde então, o Dia do Samba é comemorado principalmente em Salvador e no Rio de Janeiro, onde organizam-se festas e shows em homenagem ao ritmo."
O samba e suas variações

Atualmente, existem variações do samba com outros estilos de músicas. Entre eles, o que se destaca é o Samba Rock, representado principalmente pelo cantor Seu Jorge.

"Sinônimo de alegria e festa, o samba nem sempre foi visto com bons olhos. No início do séc. XX, o ritmo era marginalizado, seus seguidores e compositores sofriam preconceito, por razões históricas e também muito ao fato de suas raízes africanas. Só no governo de Getúlio Vargas houve a exaltação do samba como símbolo da identidade nacional, ainda que muito do seu sentido original tenha se perdido e muitas letras modificadas, devido ao objetivo de usá-lo para passar mensagens que iam de encontro ao projeto nacionalista governamental.", conta o pesquisador Ricardo Cravo Albin em seu Dicionário.

Desde então, o samba foi se popularizando por todo país e ganhando novas formas de ser feito, gerando seus sub-gêneros. Saiba um pouco mais sobre alguns deles:

- Samba enredo: Criado na década de 1930 no Rio de Janeiro especialmente para desfile de uma escola de samba, permanece como atração principal dos carnavais carioca e paulista até hoje. A cada ano as escolas definem seus temas, que definem toda a coreografia, alegoria e a composição que será cantada na avenida.

- Samba de partido alto: Surgiu dos terreiros das escolas de samba ainda na década de 1930. Antigamente considerado um samba mais instrumental, transformou-se em uma espécie de desafio entre sambistas. Suas letras improvisadas trazem histórias sobre a realidade de morros e áreas carentes que seduzem o ouvinte. Arlindo Cruz, Zeca Pagodinho e Dudu Nobre são alguns dos sambistas desse estilo.

- Samba de breque: Moreira da Silva é um dos mestres dessa modalidade que tem como característica principal instantes de parada brusca, onde o cantor pode adicionar comentários ou outros artifícios de tom crítico ou humorístico.

- Samba de gafieira: Usualmente encontrado na dança de salão, é mais rápido e mais forte na parte instrumental. Tem sua origem no samba e no maxixe, trazendo para a dança toda a ginga e esperteza do iconográfico malandro do samba, que conduz sua parceira de uma maneira peculiar.

- Sambalanço: Nasceu nas boates do Rio e São Paulo na década de 1950, carregando influências da bossa nova e do jazz e deu um novo swing ao samba tradicional. Seus representantes e contribuidores mais conhecidos são: Jorge Ben Jor, Elza Soares, Djalma Ferreira, dentre outros.

- Samba-funk: Resultante da fusão do samba nacional com o funk norte-americano na década de 1970, também tem Jorge Ben Jor como um de seus contribuidores, assim como Tim Maia.

Samba nas ondas da Rádio Senado

A Rádio Senado prestou sua homenagem ao Dia Nacional do Samba no seu programa semanal Eu quero um samba, produção e apresentação da dupla Fernanda Nardelli e George Cardim.

O programa "Eu Quero um Samba", que vai ao ar pela emissora aos sábados e domingos às 12h e pela Internet às sextas-feiras, comemora os 50 anos de carreira de Paulinho da Viola, criador da "velha guarda" da Portela, que estreou nos palcos da famosa casa de samba "Zicartola", criada em 1963, pelo mestre Cartola e sua mulher, dona Zica.

Músico refinado, Paulinho soube conciliar a tradição com a inovação, tornando-se autor de clássicos que marcaram a história do samba. Alguns deles foram escolhidos por convidados que passaram pelo "Eu Quero um Samba", como "Foi um Rio que Passou em Minha Vida", "Sinal Fechado", "Eu Canto Samba" e "Para Ver as Meninas".

As sugestões aos produtores foram feitas pelos sambistas e cantores como os cantores Monarco, Marisa Monte, Ivan Lins, Sandra de Sá, Beth Carvalho e Paulinho Moska, pelos escritores Ricardo Azevedo, Bené Fonteles e Gabriela Goulart, pelo compositor Capinan e pelos jornalistas José Carlos Vieira e Luiz Cláudio Cunha.

Com informações do Calendário Online Brasil, Academia do Samba, Rádio Senado FM e Dicionário Cravo Albin de Música Popular Brasileira Dia Nacional do Samba

Do Blog do Luis Nassif

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